parque solar fotovoltaico - projeto sophia

Destinature defende reavaliação do projeto solar Sophia.

Destinature manifesta-se desfavorável ao projeto solar Sophia na Beira Baixa

A Destinature – Agência para o Desenvolvimento do Turismo de Natureza, entidade líder do programa PROVERE Explore: iNature & Center Geoparks, manifesta-se desfavorável ao projeto da Central Solar Fotovoltaica Sophia e às linhas de muito alta tensão associadas, previstas para os concelhos do Fundão, Idanha-a-Nova e Penamacor, na Beira Baixa.

A missão da Destinature é promover o desenvolvimento sustentável do turismo de natureza nas áreas classificadas e nos geoparques do Centro de Portugal e a valorização económica integrada do património natural e paisagístico destas regiões. Esta visão assenta na qualidade dos ecossistemas, na integridade da paisagem rural e natural e na autenticidade das comunidades locais – pilares que consideramos estar seriamente ameaçados pelo modelo de megacentral proposto. 

O projeto Sophia localiza-se na proximidade de áreas classificadas e de elevado valor ecológico, incluindo a envolvente de sítios da Rede Natura 2000 e do Geopark Naturtejo – Geoparque Mundial da UNESCO, bem como do Parque Natural do Tejo Internacional e das paisagens associadas às Aldeias Históricas, como Monsanto e Idanha-a-Velha.

Trata-se de um território que tem vindo a ser afirmado como destino de excelência para o turismo de natureza, cultural e histórico, o geoturismo e a fruição responsável da paisagem.

O projeto prevê a ocupação de uma área contínua de grande dimensão com centenas de milhares de painéis solares e infraestruturas associadas, representando uma transformação profunda e, em muitos aspetos, irreversível da paisagem.

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Projeto Sophia: impactos ambientais, oposição local e risco para o turismo de natureza na Beira Baixa

Diversos pareceres técnicos e contributos de organizações de ambiente apontam para impactos significativos sobre ecossistemas, fauna, flora e recursos florestais, incluindo perda de habitat e perturbação de espécies sensíveis, bem como o abate de quercíneas e a desmatação em larga escala.

A Destinature sublinha também que municípios diretamente afetados, como Idanha-a-Nova, Penamacor e Fundão, o Geopark Naturtejo, entre outras entidades, emitiram ou manifestaram pareceres negativos ao projeto, levantando preocupações sobre a compatibilidade do mesmo com as estratégias de valorização do território e de desenvolvimento local.

A isto somam-se petições públicas e movimentos cívicos que alertam para o risco de desertificação, perda de biodiversidade e descaracterização da Beira Baixa.

Enquanto agência dedicada ao turismo de natureza, geoturismo e promoção dos geoparques, entendemos que a implantação da Central Solar Fotovoltaica Sophia, tal como está desenhada, desvaloriza o território enquanto destino turístico sustentável, afetando trilhos, rotas de observação de aves, alojamentos e outros investimentos que têm vindo a afirmar a região como referência em turismo de natureza e de paisagem.

A Destinature reforça que não é contra as energias renováveis nem contra a transição energética – que considera absolutamente necessária. Porém, defende um modelo alternativo, baseado no aproveitamento de áreas já artificializadas ou degradadas, na solarização de coberturas de edifícios e em projetos de menor escala, mais bem integrados nas comunidades e nos instrumentos de ordenamento do território.

Por tudo isto, a Destinature opõe-se ao projeto da Central Solar Fotovoltaica Sophia na forma atualmente proposta, apelando à sua profunda reavaliação e à procura de soluções de transição energética verdadeiramente sustentáveis, que não comprometam o futuro do turismo de natureza, das populações e da paisagem na Beira Baixa e no Centro de Portugal.

Destinature - Agência para o Desenvolvimento do Turismo de Natureza..

Novembro 2020 | Foto freepik