À DESCOBERTA DA SERRA DA ESTRELA

De verão ou de inverno, a montanha mais alta de Portugal Continental é um convite constante à descoberta da natureza.

É provável que esteja a pensar ir à “Torre” (foto1). No inverno, a neve instala-se na montanha mais alta de Portugal Continental e transforma-a num parque de diversões de inverno, e o comércio ali instalado é uma amostra da gastronomia e das tradições serranas. Não hesite, vá, mas não fique por ali. 

Nos 101 mil hectares do maior Parque Natural de Portugal, há um mundo para descobrir e, por vezes, é preciso sair do automóvel, equipar-se a rigor e partir à aventura.

O que fazer na Serra da Estrela

O Parque Natural da Serra da Estrela é um local extraordinário para os amantes das atividades baseadas na natureza. O pedestrianismo e o ciclismo todo-o-terreno são duas delas, e são também a melhor forma de conhecer as paisagens locais, pautadas por matas e florestas que mudam em função da altitude, da morfologia do terreno, do tempo e do clima. Aqui poderá ver algumas das rotas pedestres mais emblemáticas. Mais ou menos longas e exigentes, há percursos para todos os gostos e capacidades físicas.

Quem gostar mais da aventura em duas rodas, também tem muito por onde escolher e, agora, com as bicicletas elétricas nem é preciso ser grande atleta. A Estrela Ebike pode dar-lhe uma ajuda neste aspeto.

 

Contemplar os monumentos naturais

A natureza concedeu ao Homem a criatividade de criar obras de imensa beleza, mas o aprendiz ainda não chega aos calcanhares da mestra. Em julho de 2020, a Serra da Estrela foi formalmente reconhecida como Geoparque Mundial da UNESCO pelo Conselho Executivo desse organismo. Ali, no Estrela Geopark estão identificados 144 geossítios - monumentos naturais -, cuja beleza é avassaladora. O Vale Glaciar do Zêzere ou o Covão da Ametade e o Covão da Ponte, berços dos rios Zêzere e Mondego, respetivamente, e o Covão dos Conchos (foto 3) são apenas quatro que merecem uma visita. Alguns têm ótimos locais para a prática de escalada, para observar aves ou para simplesmente contemplar a imensidão e beleza das paisagens. Tire fotografias, muitas, e partilhe-as.

Conhecer as gentes e a cultura serrana

A maior montanha de Portugal Continental é também um território marcado pela ocupação e atividades humanas, como a agricultura e a pastorícia, práticas que estão na génese do saboroso Queijo Serra da Estrela DOP, cujas feiras no início de cada ano fazem as delícias dos visitantes, ou do Burel, o tecido de lã cardada, matéria-prima do vestuário que outrora protegia os habitantes locais do agreste clima serrano e alimentava uma indústria robusta que marcou o passado da região. Em Manteigas, a Burel Factory é um local de indispensável visita para compreender o passado, o presente e o futuro desta arte.

Há quem defenda que é nas estações intermédias que a montanha tem mais encanto, seja pela exuberante fauna e flora da época primaveril ou pela miscelânea de tons oferecidos pela paisagem no outono. É verdade, além do maior reservatório natural de água do país, este Parque Natural é um importante palco de biodiversidade. É injusto atribuir-lhe maior ou menor beleza em determinada época.

 

A montanha mais alta de Portugal Continental oferece pretextos para ser visitada em todas as estações do ano. Em janeiro e fevereiro é a neve, na primavera as vestes coloridas das paisagens e, no verão, as suas praias fluviais são sinónimo de frescura e os planaltos, de abundância. É para lá que migram os rebanhos em busca das pastagens mais verdes e frescas durante o verão, um movimento migratório chamado  “Transumância”. É uma montanha repleta de história e estórias e muita gente disposta a contá-las.

A serra é palco das festas populares nas pitorescas Aldeias de Montanha, cuja visita é a melhor forma de conhecer a gastronomia, as gentes, as estórias e as tradições locais. Seja como ou quando for, não interessa. O melhor é ir! E, se optar por ficar alguns dias, veja aqui algumas sugestões de alojamento.

@iNature. Fotos: Município de Manteigas, jconde e @kitato.